Nas duas primeiras semanas do Advento somos exortados a preparar pela vigilância e conversão o caminho do Senhor que virá uma segunda vez resgatar seu povo de uma vez por todas. Desde o dia 17 a liturgia nos chama a contemplar o Deus na estrebaria, que assume a humanidade pela encarnação.

A força da contemplação desse cenário natalino não se dá apenas pelas leituras bíblicas que nos ajudam a vislumbrar tal cena, mas pelos textos eucológicos que querem dar o tom da nossa liturgia, que quer despertar em nós a riqueza de termos Deus entre nós, o Emanuel. Saímos do contexto de promessa para a alegria do cumprimento. O Senhor está conosco, Ele está no meio de nós.

Rezamos assim no prefácio do Advento II: “Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela Virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por São João Batista. O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal, para que sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os seus louvores.”

No prefácio IIA, a liturgia busca retomar a desobediência de Adão e Eva sendo desfeita na obediência de Maria e de Jesus, sempre fiéis ao projeto do Pai: “Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da filha de Sião germinou aquele que nos alimenta com o pão do céu e garante para todo gênero humano a salvação e a paz. Em Maria, é-nos dada de novo a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida. Se grande era nossa culpa, bem maior se apresenta a divina misericórdia em Jesus Cristo, nosso Salvador.”

Essa é a espiritualidade que esses últimos dias do Advento querem nos apresentar e nos fazer, liturgicamente, experimentar.