Catequese Litúrgica: A Cor Rosa Dentro da Quaresma

Como no Advento, durante a Quaresma também interrompemos a severidade do roxo pela suavidade do rosa. Esse domingo chamado de Laetare (da Alegria) quer significar para
Como no Advento, durante a Quaresma também interrompemos a severidade do roxo pela suavidade do rosa. Esse domingo chamado de Laetare (da Alegria) quer significar para todos os cristãos a alegria de estar se aproximando da festa da Páscoa. Como já expusemos em outros momentos, a Quaresma não pode e não deve ser entendida como um tempo de austera disciplina, um tempo de seriedade e penitência radical. A Quaresma é também e acima de tudo tempo de preparar-se para a Páscoa do Senhor. Por isso mesmo, a penitência e a ascese ganham um novo sentido: de estar em consonância com o mistério pascal, com a vida nova oferecida pelo Cristo.
A cor rosa que aparece nos paramentos próprios para este dia são mencionados pela primeira vez no século XVI e parecem derivar de um costume muito antigo em que o papa benzia uma rosa neste dia. A Páscoa, no hemisfério norte coincide com a Primavera. O rico simbolismo encontrado na natureza da superação do mórbido e frio inverno pela alegria, calor e vitalidade da primavera é utilizado na liturgia, que sempre se aproxima da realidade concreta dos seres humanos. No hemisfério Sul, infelizmente não temos estações tão bem definidas e nossa Páscoa coincide com o outono, o que não deixa de gerar um prejuízo simbólico.
A bênção da rosa vem justamente dessa compreensão: celebrar solenemente a vitória da primavera sobre o inverno (essa celebração data do século X em Roma). Desse modo, apesar de não benzermos rosas nesse domingo, nos vestimos de rosa para manifestar que a alegre primavera teológica, isto é, a Ressurreição do Senhor está para chegar. Cristo vence a fria morte e renasce e dá novo alento e vigor à humanidade.
– Pe. Igor Neves Passos
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