Catequese Litúrgica: O Costume de Cobrir as Imagens

O costume de cobrir as imagens durante a Quaresma é muito antigo em muitos lugares. E ele tem um sentido muito interessante. Cobriam-se as imagens durante
O costume de cobrir as imagens durante a Quaresma é muito antigo em muitos lugares. E ele tem um sentido muito interessante. Cobriam-se as imagens durante toda a Quaresma para evidenciar que o personagem principal da Quaresma é o Cristo crucificado: razão da caminhada quaresmal em sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Não existe uma regulação clara e específica acerca do assunto. Portanto, não existe um certo ou errado sobre cobrir ou não as imagens dos santos durante toda a Quaresma. O que temos como orientação está no documento Paschalis Solemnitatis, n. 26 que reza o seguinte: “O uso de cobrir as cruzes e as imagens na igreja, desde o V domingo da Quaresma, pode ser conservado segundo a disposição da Conferência Episcopal. As cruzes permanecem cobertas até ao término da celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa; as imagens até ao início da Vigília Pascal”.

Nesse sentido, apesar do significado de cobrir durante toda a Quaresma ser bastante simbólico, o mais apropriado é a partir do V Domingo da Quaresma quando a liturgia da Palavra deixa de ter apelo à conversão e traz, pelo evangelho de João, o Cristo prestes a ser crucificado e seus embates com as autoridades, como foco. (Os gestos acompanham os textos litúrgicos).

Existe ainda outro costume de cobrir as imagens apenas na Quinta-feira Santa, após a transladação do Santíssimo. Nesse sentido, o gesto tem como significado o silêncio e recolhimento no qual a Igreja se encontra, desprovida de todos os elementos de ornamentação. A Igreja entra no túmulo frio e escuro com seu esposo. Cobrir as imagens, nesse sentido, adquire valor de luto, tristeza, perda de sentido pela ausência de Jesus. A cruz é desvelada na Sexta-Feira para a adoração do seu Mistério e as imagens podem ser descobertas antes da Vigília Pascal (Sábado Santo) ou durante o canto do Glória dessa celebração quando se volta a preparar o altar para a celebração eucarística, com velas, flores e ornamentos para o culto. A alegria voltou, a vida reinou, a primavera venceu o inverno e tudo ganha sentido novamente. 
– Pe. Igor Neves Passos
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